tag:blogger.com,1999:blog-8381286011682344770.post5613528781381755802..comments2014-11-09T04:15:16.136-02:00Comments on Nova Dialética: Ainda degeneração burocráticaJ.L.Tejohttp://www.blogger.com/profile/07603240474358279841noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-8381286011682344770.post-77729871145053691242011-11-14T20:00:16.368-02:002011-11-14T20:00:16.368-02:00Lena,
"Insisto que a afirmação do Trotsky so...Lena,<br /><br />"<i>Insisto que a afirmação do Trotsky sobre o caráter transitório da URSS reside na insuficiência das forças produtivas.</i>"<br /><br />Penso que tanto Lênin quanto Trotsky, ao repetirem que a URSS <b>ainda</b> não era socialista, se referiam justamente ao atraso material. Essa posição particularmente não me causa estranheza, haja vista que a transição é da própria essência do socialismo, isto é, o socialismo é transitório. Dizer que é transição para o socialismo, ou que é socialismo, não traz dificuldades, pois a <i>transitoriedade</i> é inerente.<br /><br />Communard,<br /><br />Quando me refiro aos aspectos subjetivo e objetivo, para que se configure um Estado Operário (que é sinônimo de socialista, pois não concebo Estado Operário capitalista como não concebo Estado Burguês socialista), tento fazer justamente a conciliação dos planos político e econômico. O Estado Operário degenerado é aquele no qual o aspecto subjetivo (político) é deficiente- não é a classe trabalhadora no poder, e sim uma casta (a burocracia) em nome dela. Mas as bases materiais, econômicas, são socialistas (aspecto objetivo), daí a revolução nesses casos ter caráter político mas não econômico: derruba-se as castas burocráticas mas se mantém as bases da economia.<br /><br />Você tem razão, sobre a ausência de uma "Teoria Geral do Estado" em Marx. É uma das críticas (construtivas, reconheço) que o liberal Norberto Bobbio faz em "Qual socialismo?", na qual expõe problemas diante do marxismo.<br /><br />Sobre a China, eu considero a experiência um capitalismo com <b>elementos</b> de socialismo, ou quando muito capitossocialista ou sóciocapitalista, isto é, híbrida, se é que isso é possível. Não tiro a razão, portanto, dos maoístas ortodoxos quando dizem que a restauração capitalista se deu com a ascensão do grupo de Deng Xiaoping em 76.<br /><br />Eu não endosso a visão mecanicista da História, que irá requerer etapas bem definidas. Penso como Adam Schaff, que diz: "<i>Quando se fala de determinantes econômicas da evolução história, não se faz confissão de um fatalismo econômico qualquer, e sim uma análise de determinantes da evolução, (...)</i>". A visão etapista -uma interpretação errônea de Marx- pode levar a que se desemboque no <i>marxismo vulgar</i>.J.L.Tejohttps://www.blogger.com/profile/07603240474358279841noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8381286011682344770.post-18138885918697926172011-11-09T15:34:40.757-02:002011-11-09T15:34:40.757-02:00Acho esse debate realmente essencial e fundamental...Acho esse debate realmente essencial e fundamental para que o comunismo seja algo possível de ser pensado, portando, discordo de que se deva "abstrair de toda a dificuldade".<br /><br />Perçebo também que seus dois elementos, objetivo e subjetivo, estão ironicamente sem nenhuma articulação dialética. A economia política e a política econômica seriam formas mais adequadas de abordar a questão. Toda política tem impacto econômico (distribuir renda tem impacto econômico), toda economia tem impacto político (pois define o grau de antagonismos, as classes, as pressões sobre o Estado, etc).<br /><br />O tema do Estado é fundamental, na minha leitura há uma pleiade de obras que respondem parcialmente a questão do Estado, que seriam: Manifesto Comunista, Guerra Civil em França, 18 de Brumário de Luís Bonaparte, Crítica ao Programa de Gotha, Sobre a 'Estatalidade' de Backunin e Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico. Cada um é uma peça do quebra cabeça para a formação da questão do Estado, socialismo e comunismo, da ditadura do proletariado, da organização política, etc. Mas antes de tudo, temos que admitir que em Marx e Engels isso nunca é abordado inteiramente, por razões talvez óbvias, já que a relevância desse tema só ocorreria com as questões sobre o stalinismo.<br /><br />Creio que a abordagem de que a revolução russa foi muito mais neojacobina do que comunista ou socialista seria a definição mais correta, pois admitir que fosse socialista encontraria uma série de contradições em Marx, como a tese fundamental de que é o capitalismo avançado que engendra em suas contradições imanentes as novas formas de socialibilidade e organização comunista. Se ignorar essa tese de Marx, todo o cientificismo comunista perderia a validade. Assim, um neojacobinismo foi refém de um neobonapartismo (stalinismo), o que dada as limitações socio-históricas da Rússia pré-capitalista teria sido mais ou menos inevitável.<br /><br />Faço a ti uma questão, a China de hoje está mais próxima do comunismo do que a URSS de ontem? Na minha opinião, sendo coerente com O Capital de Marx, estaria sim. Pois nessa análise o estágio chinês seria uma "acumulação primitiva" e o perfil político dessa fase, apresentada por Marx, é completamente coerente com o regime autoritário chinês. A questão é, o que ocorreria depois de realizada a acumulação primitiva chineza? Quando arrancada toda a o população chinesa da sociedade tradicional para uma sociedade de classes? Acho que esses sinais já estão começando a ocorrer...Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8381286011682344770.post-61816026198866973162011-11-06T12:01:23.837-02:002011-11-06T12:01:23.837-02:00"Para criar essa estrutura na URSS e nos outr..."Para criar essa estrutura na URSS e nos outros países do Leste Europeu, seria necessário destruir o aparelho de Estado. A maior prova disso foi a Revolução Húngara de 1956, onde houve divisão das forças armadas e formação de conselhos operários (ou seja, dualidade de poderes). Isso é muito semelhante ao que acontece numa revolução contra um Estado burguês, com a única diferença de que não é preciso expropriar a burguesia. E isso acontece porque, mesmo se dizendo "países socialistas", nestes países o aparelho de Estado era muito semelhante ao do estado burguês" (Coletivo Lênin)<br /><br />Essa questão é um pouco mais complicada. Não sei ao certo se o que houve na Hungria foi uma "destruição" do aparelho de Estado, ou pelo menos uma tentativa disto, ou se a revolução política ampliou a democracia operária que fez com que aos poucos o aparelho do Estado fosse perdendo a sua onipotência.<br /><br />Talvez a própria revolução política dissolva aos poucos o aparelho de Estado.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8381286011682344770.post-62020055657032629962011-11-06T11:42:19.915-02:002011-11-06T11:42:19.915-02:00"Penso, se entendi corretamente, que o social..."Penso, se entendi corretamente, que o socialismo, nessa ótica, requererá necessariamente os dois elementos (economia planificada mais controle dos trabalhadores); inexistindo essa junção necessária, não haveria socialismo (nem mesmo considerado degenerado), mas uma forma híbrida"<br /><br />Eu concordo com o Tejo. A economia planificada dá um caráter socialista à URSS. A ausência do controle operário é o que caracteriza a degeneração do Estado Operário.<br /><br />Insisto que a afirmação do Trotsky sobre o caráter transitório da URSS reside na insuficiência das forças produtivas. E aqui devemos pensar no próprio processo de burocratização. Segundo Trotsky, a burocratização não se deu por conta de uma "tradição" histórico-cultural da Rússia, (como dizia Stálin) mas sim por conta da precariedade material que originou uma burocracia. Essa burocracia tem por finalidade tapar os poros dos conflitos sociais gerados pela precariedade econômica e ao mesmo tempo governar em seu benefício.Anonymousnoreply@blogger.com