Joycemar Tejo
maio de 2011
É um truísmo, mas o ser humano é contraditório. Um masoquista, por exemplo: sentir prazer onde os demais sentiriam dor é no mínimo inusitado. Gostar de rúcula é outra coisa que não entendo, idem torcer para o Botafogo ou para o São Paulo (não, não é bullying, HC). Não faço aqui nenhum juízo de valor: apenas constato o quanto, dentro de toda sua complexidade, o ser humano nos surpreende, fugindo do usual. Aliás, caso faça um juízo de valor, será justamente para expressar minha satisfação, minha alegria, com todo esse pluralismo. É bom que haja masoquistas: é bom que haja pessoas que tirem prazer de onde outras não tirariam. Se todos gostassem de rúcula, que seria da alface?
Filmes de terror se inserem nesse contexto. Reparem: terror. Você vai ao cinema ou aluga o DVD (ou compra no pirata) para sentir...terror. Não é para suspirar apaixonadamente nem para gargalhar, muito menos para refletir sobre a vida; e sim para sentir medo.
Mas isso não é incrível?